SOFIA
O apartamento estava em silêncio, mas minha cabeça... não. Quando Eduardo e eu decidimos deixar a mansão para trás e nos mudar para essa cobertura foi com a intenção de começar do zero, sem nada que pudesse lembrar Isabella e o que ela algum dia representou na vida de Eduardo e Enzo. Mas parece que nada disso adiantou, e essa mulher ressurgiu unicamente para pôr tudo fora do lugar.
Enzo dormia no quarto, abraçado ao urso que eu mesma costurei a gola nova outro dia. Eduardo ainda não tinha voltado. Saiu pra conversar com Isabella, e eu fingi não me importar. Fingi tão bem que, por um momento, até acreditei em mim mesma.
Mas agora, sozinha, a máscara caiu.
Me sentei no sofá, abracei os joelhos contra o peito e respirei fundo. O cheiro da casa — nosso lar — ainda era o mesmo. Tinha aquele aroma de vida simples, de criança feliz. Mas hoje... também tinha um rastro diferente no ar. Um rastro dela.
Isabella.
A mulher que partiu deixando cacos.
E que agora voltava pedindo cola.
Eu qui