SOFIA
O domingo chegou com um céu limpo, quase provocador. Um daqueles dias em que tudo parece bonito demais pra quem carrega um turbilhão por dentro.
Eduardo estava quieto desde o café. Mexia no celular, checava o relógio a cada cinco minutos e abria a porta da frente como se o tempo pudesse ser puxado pra trás.
— Ela disse que passava às dez, né? — ele perguntou pela terceira vez.
— Sim, amor. Às dez.
Enzo, animado, já estava de mochilinha nas costas e boné na cabeça. Um sorrisão no rosto, alheio à tensão dos adultos ao redor.
— Será que vai ter picolé? Será que tem parquinho com escorrega? — ele disparava, pulando de um lado pro outro.
Isabella chegou pontualmente. Vestia uma calça jeans clara, camiseta branca e óculos escuros. Um visual simples, quase despretensioso. Mas havia cuidado ali. Ela queria mostrar que estava tentando.
— Oi, Enzo! Pronto pro nosso passeio?
— Tô! — ele gritou, correndo até ela.
Ela o abraçou com firmeza. Olhou pra nós.
— Volto às três. Como combinado. Qua