SOFIA
A manhã seguinte chega com o cheiro de café e o som baixo da televisão na sala. Eduardo já está com Enzo assistindo desenho, e eu aproveito o raro momento de silêncio para organizar minhas coisas.
Abro minha mala distraidamente, procurando uma blusa que gosto de usar aos domingos. Mas, no meio das roupas dobradas com o cuidado de sempre, encontro algo que não estava ali antes.
Um envelope branco, simples, com meu nome escrito à mão.
Paro. O coração dá um pulo no peito.
Me sento na cama, com os dedos tremendo levemente enquanto abro o papel.
A cada palavra lida, algo dentro de mim vai se desfazendo. Como se cada frase arrancasse um pouco da dor, do medo, das inseguranças que ainda insistem em me perseguir.
> “Você entrou na minha vida como quem entra devagar… mas logo tomou tudo. Preencheu cada lacuna, tocou cada ferida e me mostrou que eu podia amar de novo...”
Minhas mãos cobrem a boca, tentando conter o choro silencioso que me toma por completo.
É como se cada linha tivesse si