SOFIA
Depois do encontro de Eduardo com Rafael, passamos os dias seguintes em estado de alerta. Mesmo com o investigador de prontidão, as câmeras ligadas e o segurança rondando discretamente, o medo ainda respira no fundo do peito.
Mas naquela noite, o silêncio é diferente.
Não é paz. É o tipo de silêncio que antecede a tempestade.
Coloco Enzo na cama, dou um beijo na sua testa e desligo a luz do abajur. Quando volto para a sala, encontro Eduardo em pé, parado junto à janela, olhando fixamente para fora.
— O que foi? — pergunto, meu coração já acelerando.
— Tem um carro parado no fim da rua de novo — diz ele, sem virar o rosto.
Me aproximo devagar e olho pela cortina. Um carro preto, com os faróis apagados, está estacionado como uma sombra sólida. O mesmo modelo de dias atrás.
Eduardo se afasta da janela, pega o celular e liga para Carlos.
— Ele voltou. — Sua voz é baixa, porém firme. — Quero o time de apoio aqui agora. E aciona a polícia.
Desliga sem esperar resposta e vai direto até