EDUARDO
Assim que chegamos em casa, encontro Enzo ainda dormindo no quarto. A inocência dele me acerta como um soco no estômago. Ele não merece crescer em um mundo onde a mãe precisa olhar por cima do ombro a cada esquina. Onde a sombra do passado ameaça o nosso presente.
Volto à sala, onde Sofia está sentada no sofá com uma manta nos ombros e os olhos perdidos. Carlos está ao telefone, coordenando a instalação de sensores e mais câmeras pelo lado de fora da casa.
Me sento ao lado dela.
— Eles vão prender ele, Sofia. É só uma questão de tempo.
Ela balança a cabeça devagar.
— Ele sempre dá um jeito de escapar... Rafael não é só doente, Eduardo. Ele é manipulador, sabe como se esconder, como confundir as pessoas. Eu vi isso acontecer com outras mulheres antes de mim.
— Mas agora ele mexeu com a mulher errada — digo firme. — E mais: mexeu com a família errada. Porque agora ele mexeu comigo.
Ela levanta os olhos e finalmente vejo um pouco de esperança ali.
— O que você vai fazer?
— O que