Uma Semana Depois
SOFIA
Na semana seguinte, com o coração acelerado e as mãos suando frio, coloco a mochila nas costas e encaro meu reflexo no espelho antes de sair.
Estou prestes a dar um passo que sonhei por tanto tempo... e temi na mesma medida.
Durante os anos em que estive atrás das grades, imaginei centenas de vezes como seria estar livre. Mais do que isso: ser útil, fazer a diferença. Sonhava com a chance de ser assistente social, de estender a mão pra quem, como eu um dia, sentiu-se invisível, quebrado, sem saída.
E agora, esse sonho, que parecia tão distante, tão irreal... está acontecendo.
Eduardo me incentivou desde o começo. “Você nasceu pra isso, Sofia”, ele dizia com convicção. E hoje, é esse apoio que me sustenta. Que me faz calçar os sapatos e sair pela porta com o coração apertado, mas firme.
Chego ao campus e me sinto... deslocada. Os corredores cheios de jovens falando alto, rindo, mexendo no celular. Meus passos são lentos, meu olhar hesitante.
Sou diferente. Mais