SOFIA
A batida da campainha cortou o silêncio da manhã como um trovão. Eram sete e meia, mas a casa já pulsava em tensão desde as seis, quando Eduardo se levantou, com o telefone colado ao ouvido e a mente fervilhando em estratégias. Aquele som, porém... era diferente. Definitivo.
Levantei da mesa da cozinha, o café ainda fumegando, e observei pela fresta da porta. Eduardo caminhou até a entrada com passos firmes, mas havia algo nos ombros dele — um peso invisível, como quem carrega o destino nas costas.
Quando abriu a porta, o mundo parou por um segundo.
Dois homens de terno escuro, expressão de pedra e olhares que não piscavam. Um deles ergueu o distintivo com a calma de quem sabia que aquele momento mudaria tudo.
— Eduardo Ferraz? — perguntou, a voz firme como uma sentença.
— Sou eu — respondeu, com o queixo erguido, sem hesitar.
— Temos um mandado para abertura de inquérito oficial contra Victor Tavares. As provas que o senhor entregou foram validadas. A investigação começa agora.