POV Isadora Ferraz
A tampa do teste tremia na minha mão como se carregasse todo o peso do meu passado, do meu presente e de todos os futuros que eu ainda nem tinha coragem de imaginar. O relógio marcava cada segundo como se fosse um tiro.
Um minuto. Dois. Três.
Fechei os olhos. Queria abrir a porta, jogar o teste fora, abraçar Olívia e dizer que tudo não passava de uma paranoia. Mas não consegui. Abri devagar. O mundo parou.
Duas linhas. Duas. A respiração faltou. As pernas cederam. Apoiei na pia, o azulejo gelado na minha pele quente.
— Não... — minha voz saiu como um soluço engasgado. — Não pode ser...
Senti a cabeça girar, um mar revolto dentro de mim. Eu não sabia se chorava ou gritava ou quebrava tudo. Porque ali, naquelas duas linhas, morava a última coisa que eu ainda podia chamar de “meu”. Uma vida. Dentro de mim. A porta se abriu devagar. Olívia entrou, me encontrou sentada no chão frio, o teste caído ao lado. Ela olhou. E então, sem dizer nada, ajoelhou ao meu lado e me abra