POV Dante Harrison
Saí do apartamento com o celular no bolso, os punhos cerrados e o coração batendo como um tambor de guerra. No elevador, olhei para o espelho. O reflexo devolveu um homem que eu mal reconhecia. Olheiras fundas, barba crescendo torta, olhar faminto. Não era só desejo. Era ódio. Era um instinto primitivo de proteger.
A rua me engoliu como um mar cinza. Liguei pro detetive.
— Quero cada movimento deles nas próximas 24 horas. Nada escapa.
O cara murmurou um “sim, senhor” nervoso. Ele já sabia que não era hora de vacilar. Caminhei até o carro, bati a porta com força. O painel brilhava, mas meus olhos estavam nublados. Passei a mão no rosto.
“Ela não pode saber agora.” Eu sabia. Sabia que ela estava fugindo de mim. Do que eu representava. Do que eu poderia querer ou não. Mas ela não entendia que… eu não queria nada além dela inteira, viva, livre.
Respirei fundo. Liguei o carro. As imagens de Isa rodavam na minha cabeça como um filme quebrado: Ela rindo. Ela tremendo. Ela