Depois daquela conversa, algo mudou de forma irreversível entre Helena e Laura. Não foi uma mudança ruidosa, nem óbvia para quem observasse de fora. Mas, para elas, cada gesto passou a carregar um peso novo, uma intenção silenciosa que antes não existia — ou que, pelo menos, não era assumida. Nos dias que se seguiram, Helena percebeu que já não conseguia fingir neutralidade. O simples som da porta da sala ao lado se abrindo era suficiente para que seu corpo reagisse. Não era apenas desejo físico — embora ele estivesse ali, latente, pulsando sob a pele —, mas uma necessidade crescente de proximidade, de entendimento, de algo que ultrapassava a atração inicial. Laura, por sua vez, parecia ainda mais atenta. Não invadia, não cobrava, mas estava presente de um jeito constante. Um café deixado sobre a mesa de Helena sem aviso. Um bilhete curto, quase banal, desejando um bom dia produtivo. Pequenos gestos que, juntos, desmontavam as defesas de Helena com uma eficiência assustadora. Na qu
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