A decisão que Helena tentava adiar começou a se impor de maneira implacável. Não como uma resposta clara, mas como um peso constante, uma presença silenciosa que a acompanhava desde o momento em que acordava até quando finalmente fechava os olhos à noite. O e-mail ainda estava ali, marcado, relido inúmeras vezes. As palavras não mudavam, mas o significado delas parecia se transformar a cada dia.
Ela percebeu que já não pensava apenas em si mesma. Pensava em Laura ao imaginar a cidade antiga, os corredores conhecidos, as ruas onde havia aprendido a desaparecer. Pensava no que significaria ir embora agora, no ponto exato em que havia começado a se permitir ficar.
No prédio, o clima entre elas oscilava entre proximidade e contenção. Havia carinho, havia cuidado — mas também havia expectativa. Laura não pressionava, mas Helena sentia o impacto do silêncio que se acumulava em torno da decisão ainda não tomada.
Na sexta-feira, ao fim do expediente, Helena fechou a sala mais cedo do que d