ARIEL MACEY— Desligue isso, cara mia. É rude cegar seu anfitrião.A voz era a mesma do telefone. Fiquei paralisada, incapaz de processar a imagem.Ele era lindo. De uma forma perturbadora e quase artificial. Devia ter cerca de trinta e poucos anos. Cabelos escuros, penteados para trás com perfeição. O rosto tinha traços aristocráticos, nariz reto, maxilar definido. Mas o que me prendeu foram os olhos, que pude ver quando baixei a lanterna ligeiramente.Eram de um verde tão claro que pareciam vidro. E havia uma cicatriz fina, quase imperceptível, cortando a sobrancelha esquerda, dando-lhe um ar de pirata moderno e sofisticado.Ele sorriu. Um sorriso que não alcançava os olhos frios.— Luzes — ele ordenou, estalando os dedos.Escutei o som de disjuntores sendo acionados e holofotes potentes no teto se acenderam de uma vez, inundando o galpão com uma luz branca e cegante.Levei a mão aos olhos, tonta com a mudança brusca.Quando minha visão se ajustou, o terror tomou conta de mim. Eu nã
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