O eco dos passos de Helena ainda vibrava no mármore quando o silêncio engoliu a mansão. Alberto permaneceu imóvel diante da lareira, o vinho ainda preso entre os dedos. Não havia mais risos, nem o burburinho dos convidados. Apenas o som abafado do relógio de parede, marcando cada segundo como se zombasse de sua espera.Por um instante, pensou em subir também. Subir, bater à porta, impor-se como fazia nos negócios. Mas não era o mesmo. Naquele andar de cima, não havia acionistas, nem contratos, nem cifras. Havia apenas Helena — e com ela, cada gesto de autoridade se transformava em fraqueza; cada insistência, em derrota.O copo escorregou de sua mão e repousou sobre a lareira com um estalo seco. O cristal vibrou e o tilintar agudo ecoou pelo salão, como se fosse um riso invisível. Alberto respirou fundo, pesado, e começou a andar.Cruzou o salão vazio, os pés firmes sobre o tapete persa que abafava os sons, mas não o peso que trazia no peito. Passou entre cadeiras desalinhadas, ainda m
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