— Não pretendo me casar com você. — respondeu seca.
— O que você está dizendo? — a voz dele vacilou entre raiva e espanto.
Ela não desviou os olhos.
— Você entende muito bem, Alberto. Eu não posso viver a sua vida, e nem você pode viver a minha. Por isso o acordo. Compreende o meu sacrifício? Se eu me casasse com outro, teria mais que quarenta milhões por ano, e também teria filhos, seria bem-vista na sociedade. Estou disposta a abrir mão de tudo isso… por você.
Ele permaneceu imóvel, como se o chão tivesse cedido sob seus pés. O silêncio que se seguiu era tão denso que se podia ouvir apenas a respiração pesada dele.
— Então é isso… — murmurou, quase para si. — Você me propõe um contrato. Um preço para não desaparecer da minha vida.
— Um preço para mantermos o que temos. — corrigiu Helena, firme. — Sem ilusões, sem falsas promessas de casamento. Apenas a verdade.
Alberto passou a mão pelos cabelos, transtornado.
— Você é fria como mármore. — disse, a voz carregada de amargura. — Conse