Capítulo 14

O eco dos passos de Helena ainda vibrava no mármore quando o silêncio engoliu a mansão. Alberto permaneceu imóvel diante da lareira, o vinho ainda preso entre os dedos. Não havia mais risos, nem o burburinho dos convidados. Apenas o som abafado do relógio de parede, marcando cada segundo como se zombasse de sua espera.

Por um instante, pensou em subir também. Subir, bater à porta, impor-se como fazia nos negócios. Mas não era o mesmo. Naquele andar de cima, não havia acionistas, nem contratos, nem cifras. Havia apenas Helena — e com ela, cada gesto de autoridade se transformava em fraqueza; cada insistência, em derrota.

O copo escorregou de sua mão e repousou sobre a lareira com um estalo seco. O cristal vibrou e o tilintar agudo ecoou pelo salão, como se fosse um riso invisível. Alberto respirou fundo, pesado, e começou a andar.

Cruzou o salão vazio, os pés firmes sobre o tapete persa que abafava os sons, mas não o peso que trazia no peito. Passou entre cadeiras desalinhadas, ainda m
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App