A noite parecia mais fria do que as outras. A lua subia alta, prateada, iluminando o campo de treino vazio. Eu caminhava sozinho pelo pátio, o casaco aberto, tentando controlar o peso da respiração. Fingir que estava tudo bem era cada vez mais difícil, e naquela noite, o disfarce se despedaçou de vez.Começou com uma fisgada no peito. Não era só dor física, mas uma chama ardendo por dentro, como se meu coração estivesse sendo arrancado. Tropecei, levei a mão ao peito, e um gemido baixo escapou antes que eu conseguisse me controlar.Rebecca.Não precisava de visão, nem de toque, para saber. O vínculo entre nós pulsava como uma ferida aberta. Era ela. Algo havia acontecido, e a dor atravessava quilômetros para me atingir.A mão direita começou a tremer com mais força. Fechei o punho até as unhas cravarem na pele, mas não adiantou. O corpo inteiro estava em chamas, o lobo dentro de mim rugia, desesperado.Ela sofre. Ela corre. Eles a caçam.As imagens não eram nítidas, apenas lampejos qu
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