Sentei-me no meu quarto, fechando a porta devagar, e deixei que o corpo pesado caísse sobre a cama. Apoiei a cabeça nas mãos, sentindo as lágrimas secarem lentamente, mas a sensação de vulnerabilidade não desapareceu. Era impossível apagar aquilo que acontecera. O Nicolau, seu controle, sua manipulação… tudo estava gravado na minha mente, e a sensação de impotência ainda era esmagadora.Peguei meu caderno, tentando escrever, tentando organizar os pensamentos que se espalhavam em turbilhão. Escrevi sobre a raiva que sentia do pai, sobre o medo, sobre a vergonha e sobre o trauma que me fazia tremer por dentro. Escrevi sobre Lucas, sobre Laura, sobre a esperança que ainda existia, e senti que, por um instante, aquele ato simples de colocar palavras no papel me dava algum controle, alguma força mínima.O quarto estava em silêncio, exceto pelo meu próprio choro contido. Descobri olhando o relógio, que eu havia dormido sentada na escrivaninha, os olhos inchados, tentando organizar pensame
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