O coração disparava novamente. Cada sombra parecia viva. Ele podia aparecer a qualquer momento. A ideia de que Bastien Fournier pudesse atravessar a cidade, encontrar pistas e rastreá-la até ali — mesmo a quilômetros de distância — era sufocante. Aurora fechou os olhos por um instante, tentando imaginar que ele não existia, que a ameaça era apenas uma sombra do passado. Mas era impossível. Ele não era memória; era presença latente, invisível, mas sentida em cada respiração, em cada movimento do vento que entrava pela janela.Levantou-se lentamente, caminhando até a sacada. O ar fresco da manhã não trouxe alívio; ao contrário, parecia cortar a pele, lembrando-a da fragilidade de cada passo, da impossibilidade de se proteger completamente. Apoiada no parapeito frio, sentiu o frio invadindo os ossos. O vento sussurrava, e, por um instante, Aurora imaginou Bastien observando-a de algum ponto distante, invisível, aguardando o momento certo.A mente girava em cenários impossíveis, alternand
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