A carta chegou dobrada em três partes iguais, dentro de um envelope sem remetente, mas com a caligrafia inconfundível da mãe de Madeleine. Ela a encontrou enfiada discretamente entre os jornais locais deixados na caixinha de correio da cabana, como se a própria mensagem não quisesse incomodar.Demorou a abrir. Passou o dedo pelas bordas do papel mais de uma vez, respirou fundo três ou quatro vezes. O chalé estava silencioso, exceto pelo som do aquecedor funcionando e alguns estalos preguiçosos do piso de madeira. Lá fora, flocos finos de neve começavam a cair, como se o céu tivesse decidido sussurrar em vez de falar.Sentou-se à mesa, se ajeitou na cadeira e abriu o envelope.“Querida Mads,Não escrevo pra te pressionar. Sei que você precisa de tempo, e que o silêncio, às vezes, é o jeito mais gentil que a gente encontra de não se ferir mais. Mas senti vontade de te escrever. Só isso.Beatrice está bem. Fala muito de você. Mais do que eu esperava, até.Ontem ela perguntou se você aind
Ler mais