O império Aguiar nunca foi apenas riqueza. Era vigilância, controle, reputação. E agora, éramos alvo.
Recebi a mensagem de Victor enquanto revisava uma redação de história. Eram poucas palavras — frias, diretas, desesperadas:
“Meu pai sabe. Tudo. Ontem. Nós.”
Meu corpo parou. Como se o sangue quisesse fugir das veias. Havia algo sombrio naquela frase. A sensação de que tudo estava prestes a explodir.
Victor me pediu para encontrá-lo no estacionamento de um centro comercial abandonado. Quando cheguei, o vi encostado num carro preto, olhos fundos e ombros tensos. A versão quebrada de alguém que antes só mostrava controle.
— Ele invadiu meu celular. Disse que tem cópias das mensagens, das chamadas… até do áudio daquela noite.
— Que noite?
— A que você disse que queria fugir comigo.
Engoli em seco. Aquilo era íntimo. Era nosso. E agora... era prova.
Victor passou a mão nos cabelos, visivelmente descontrolado. Sua postura estava longe do herdeiro arrogante. Ele parecia um menino acuado.
—