Desde aquela noite, tudo parecia mais intenso. Mais real. Mais arriscado.
Victor tinha se mostrado com outra face. Mais vulnerável, mais entregue. E ao mesmo tempo, carregava segredos que me faziam questionar se eu era parte de algo maior — ou apenas uma distração conveniente para um mundo que ele tentava escapar.
Na manhã seguinte, entrei na escola com o corpo ainda despertado por lembranças. O calor da sua respiração no meu pescoço, o toque firme e ao mesmo tempo cuidadoso, a tensão que surgiu entre suspiros e silêncios.
Mas agora, havia outra coisa: culpa.
Culpa por ter desejado. Culpa por ter acreditado. Culpa por me perder em algo que começou como mentira e estava virando algo que eu não sabia nomear.
Na aula de Sociologia, sentei longe dele. Eu precisava de espaço. De ar. De perspectiva.
Mas ele me olhava. O tempo inteiro. Sem disfarces.
Quando o sinal tocou, Victor veio até mim. O corredor estava cheio, mas parecia que nada existia além daquele espaço entre nós.
— Você está me