O sol da manhã atravessava as cortinas da suíte principal com timidez.
Isabelle despertou lentamente, com os olhos pesados, o corpo moído pela exaustão emocional. A cama era grande demais. O quarto era silencioso demais. E o mundo, lá fora, seguia como se nada tivesse mudado.
Mas tudo havia mudado.
Ela passou a mão sobre o travesseiro ao lado. Estava vazio, como de costume. Claude não dormia ali. Nunca dormia. Voltava tarde ou não voltava. Quando voltava, cheirava a bebida. E quando tocava nela, era como se o corpo dela não fosse dela.
Mas naquela manhã, ele estava ali.
Na varanda, já de terno, com uma xícara de café em mãos, o rosto sóbrio, o olhar distante — mas não pela dor.
Claude se virou ao notar que ela acordara.
— Bom dia, Isa. Preciso que esteja pronta em uma hora. Os advogados vão nos encontrar às dez.
Ela sentou-se devagar, os olhos ainda sem foco.
— Advogados?
— Sim. O inventário. As propriedades. Os ativos. É muita coisa. Temos que reorganizar o grupo empresarial. E ver o