O convite foi enviado em silêncio.Sem explosões.Sem ameaças.Apenas um envelope com brasão Morelli e quatro palavras escritas à mão:“Venha, ou será esquecida.”—Giulia respondeu com pontualidade.“Estarei lá.Preta como luto.Linda como sempre.Armada como nunca.”—O local escolhido: o Teatro Vivaldi, no coração da velha Roma.Palco de óperas esquecidas.Palco, agora, de um duelo entre duas mulheres que aprenderam a matar com palavras.—Serena chegou primeiro.Vestido preto de veludo.Cabelo preso num coque alto.Brincos como navalhas.Ao lado dela, Adriana.Sem saltos.Sem maquiagem.Mas com a pistola no coldre e olhos treinados pra guerra.— Tem certeza? — perguntou ela.— Tenho.Mas, se eu hesitar… atira.— Em quem?— Até em mim, se precisar.—Às 21h02, Giulia chegou.Vestido justo.Batom vermelho.Perfume doce e enjoativo como mentira bem contada.— Serena — ela disse, sorrindo, como quem visita a casa de uma amiga da infância antes de destruir a mobília.— Giulia.— Bonito
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