Capítulo 4: Manoela Ferraz

Ele me carrega até a cama com um cuidado que me faz sentir segura, mesmo com o turbilhão que invade meu peito. A luz tênue do abajur projeta sombras suaves nas paredes, enquanto ele me deita lentamente, como se cada movimento fosse uma promessa.

Seus olhos encontram os meus e, sem pressa, ele começa a desabotoar minha blusa, deixando que cada pedaço de tecido caia no chão como uma oferenda silenciosa. A pele que ele revela é um convite, e ele não hesita: seus lábios deslizam pelo meu pescoço, descendo até a clavícula, provocando arrepios que correm pelo meu corpo.

Sinto suas mãos grandes e firmes explorando cada curva, cada contorno, com a delicadeza de quem deseja guardar para sempre aquela imagem. Ele beija cada pedaço exposto, como se desenhasse um mapa secreto que só ele conhece.

Quando chega à minha calcinha, seus dedos traçam linhas de fogo que me deixam sem fôlego. Ele se posiciona entre minhas pernas, e o calor do seu corpo contra o meu é eletrizante. Seus lábios encontram os meus numa fusão perfeita, onde cada beijo é uma declaração, cada toque uma promessa.

E então, a penetração.

Não é apenas físico. É entrega, é amor, é o reencontro de duas almas que precisavam desesperadamente uma da outra.

Cada estocada dele é um sussurro, uma palavra silenciosa que diz “estou aqui”, “não vou te deixar”, “você é minha”.

Nossos corpos se movem em sintonia, em uma dança que mistura dor, prazer, esperança e redenção.

Sinto o coração dele pulsar contra o meu, sua respiração entrecortada se misturando à minha.

E, ali, naquele quarto silencioso, em meio a suspiros e gemidos, construímos um refúgio — um lugar onde a dor pode descansar, mesmo que só por uma noite.

O ritmo entre nós começa a ganhar força, cada movimento de Ravi mais firme, mais decidido. Sinto a pressão dele contra mim, a força dos seus braços que me seguram, como se não quisesse me deixar escapar.

Meus gemidos se misturam ao som da nossa respiração pesada, e não consigo evitar chamar seu nome, quase como uma prece, uma confirmação de que estamos ali, juntos.

— Manu... — ele murmura, a voz rouca, os olhos fixos nos meus — Eu não quero te esquecer. Você não merece ser esquecida.

Sem pensar, encosto meus lábios nos dele em um beijo urgente, apaixonado. Minha mão sobe pelas suas costas, arranhando suavemente, deixando marcas que são sinais da nossa entrega.

Ele responde com mais força, penetrando com mais intensidade, cada estocada me fazendo estremecer, me levando para mais perto do limite onde a dor se dissolve em prazer.

Nossos corpos se unem em uma sintonia perfeita, perdidos um no outro, vivendo o momento mais verdadeiro que já tivemos.

Quando a onda de prazer chega, é como se o mundo parasse.

Gozamos juntos, corpos tremendo, corações explodindo em um mesmo ritmo de amor e desejo.

No silêncio que fica, sinto a respiração dele ainda quente contra minha pele, e percebo que, para os dois, aquela noite será inesquecível — não apenas por causa do que aconteceu, mas pelo que começamos a sentir.

Depois do último suspiro compartilhado, sinto Ravi me puxar para mais perto, envolvendo-me em seus braços com uma força que é ao mesmo tempo protetora e desesperada. O calor do corpo dele se espalha pelo meu, aquecendo cada pedaço da minha pele e acalmando o turbilhão que ainda borbulha dentro de mim.

Seu peito sobe e desce contra o meu, cadenciado, compassado — uma melodia silenciosa que me embala. Sinto o cheiro dele, misto de sabonete e um leve toque de whisky, e naquele instante, nada mais importa além daquele abraço apertado, daquele momento de calma em meio ao caos.

A respiração dele vai ficando cada vez mais lenta, mais profunda, até que, enfim, o sono o vence. Ele adormece segurando meu corpo com firmeza, como se eu fosse a âncora que o mantém firme diante de toda a tempestade que carrega.

Sinto meus próprios olhos se fecharem, o cansaço físico e emocional me dominando. Permito que o silêncio confortável da noite e a segurança do abraço me levem para o sono, com a certeza de que, mesmo que por poucas horas, não estamos mais tão sozinhos.

Queria continuar apenas por uma noite sentindo que sou importante no mundo de alguém, a ponto de implorar para não me esquecer. Apenas uma noite.

O quarto ainda está imerso em sombras quando meus olhos se abrem lentamente. A luz do dia tenta invadir pelas cortinas grossas, mas a escuridão persiste, deixando o ambiente envolto em um tom de cinza suave. Um silêncio profundo reina no ar, quebrado apenas pelo som insistente do meu celular.

O toque vibrante me faz despertar de verdade. Com os olhos ainda pesados, vejo a tela iluminada: “Você está atrasada para a aula.”

O coração aperta num misto de ansiedade e melancolia. Aquele momento mágico e fugaz da noite anterior parece já distante, quase como um sonho que eu não deveria ter vivido.

Com movimentos lentos, mas decididos, começo a juntar as roupas espalhadas pelo chão. Meu corpo ainda sente o calor da pele dele, o toque das mãos grandes, a suavidade da boca nos meus lábios e pescoço — lembranças que fazem a minha respiração acelerar e, ao mesmo tempo, doer.

Me visto às pressas, lutando contra o desejo de voltar para a cama, para aquele refúgio de proteção e calma. O jeans e a blusa simples me fazem parecer um mundo distante daquele apartamento luxuoso, das janelas panorâmicas e da decoração impecável que me impressionou horas atrás.

Antes de sair, dou uma última olhada para ele — para Ravi. O rosto tranquilo, a barba por fazer, os cabelos loiros despenteados. Ele parece tão sereno, tão diferente do homem que vi lutando contra a dor e a bebida.

Observo o contraste entre ele e eu: ele pertence àquele universo sofisticado, com sua vida estruturada e poderosa; eu, apenas uma estudante intercambista vinda do Brasil, cheia de sonhos, medos e cicatrizes que ainda não cicatrizaram.

Aquele espaço, aquelas janelas imensas e o silêncio daquele apartamento são como um mundo que eu nunca poderei tocar ou fazer parte.

Sinto um nó apertando a garganta enquanto me viro para sair. Cada passo até a porta é um adeus silencioso — não só para ele, mas para o que aquela noite representou: esperança, conexão, uma fuga da realidade.

Fecho a porta atrás de mim com cuidado, sem olhar para trás.

Levo comigo o calor daquele abraço e o peso da certeza de que, apesar de tudo, aquela noite mudou algo em mim para sempre.

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