O sono de Rhaek nunca fora leve. Soldado, caçador, líder em silêncio — sempre dormira com um ouvido atento, pronto para o menor ruído. Mas naquela noite, o descanso o abandonou.Virava-se de um lado a outro na cama, os lençóis pesando como correntes. E, quando finalmente adormeceu, não encontrou paz.No sonho, estava no bosque, o mesmo riacho onde vira Elara nua sob a lua. Mas a água agora corria lenta e morna, e a luz prateada parecia feita para iluminar apenas ela. Elara caminhava pela margem, cabelos soltos, a pele cintilando como promessa.Ele tentou virar o rosto, mas não conseguiu. O corpo movia-se sozinho, puxado para o centro daquele feitiço. Quando ela entrou na água, não havia nada de pudor. Elara sorria como quem já sabia o fim da cena.— Está fugindo de quê, Rhaek? — a voz dela ecoou suave, como se o vento soprasse por dentro dele.Ele não respondeu. Apenas a viu se aproximar, até que o toque dela queimou em sua pele. E quando a água os envolveu, não houve disciplina, não
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