A cidade parecia diferente quando estavam juntos. Marrakesh deixava de ser apenas ruas barulhentas, mercados apinhados e cafés lotados; tornava-se um palco onde o desejo deles se desenrolava em nuances, às vezes discretas, às vezes escandalosamente arriscadas.
Desde a noite no carro, Kalil e Zarah haviam mergulhado em um ciclo de encontros cada vez mais intensos. O virtual, que antes era o refúgio deles, se transformara em apenas o prelúdio. Agora eram jantares íntimos em restaurantes com velas tremeluzentes, cinemas escuros onde as mãos se procuravam mais do que os olhos na tela, passeios sem rumo onde o perigo de serem vistos aumentava a excitação.
Naquela noite, o jantar foi em um restaurante escondido nos becos da cidade antiga. Paredes de pedra, arcos baixos, música árabe suave ao fundo. Kalil a observava através da luz dourada da vela. Zarah vestia um vestido preto justo, os ombros cobertos por um xale fino. O olhar dela, por trás dos cílios, era uma provocação silenciosa.
— Voc