A noite espessa caiu sobre os jardins da propriedade. O vento frio passava entre as árvores, carregando o silêncio pesado que sempre precedia uma decisão perigosa. Rhaek caminhava pelos fundos da propriedade, convencido de que encontraria apenas solidão — até ouvir o estalo de um galho quebrado.
Elara.
A silhueta dela surgiu das sombras como se o luar tivesse sido inventado apenas para moldar seu corpo. Usava uma jaqueta leve, botas firmes contra o chão e aquele andar felino que misturava inocência e provocação.
— O que você está fazendo aqui, garota? — ele perguntou, a voz grave tentando impor a autoridade que sempre lhe escapava quando se tratava dela.
Elara não respondeu. Apenas lançou-lhe um olhar rápido, faiscante, e continuou andando em direção ao fundo. Não era um convite aberto, mas Rhaek sentiu-se puxado por um fio invisível.
Ele a seguiu.
Atravessaram o jardim silencioso, as pedras ainda úmidas de orvalho, e passaram pela cerca baixa que marcava o limite da propriedade. O ar