Dois dias haviam se passado desde o trágico acidente que ceifou a vida de André, e o peso da perda ainda pairava pesado no ar. Após longas e tensas reuniões familiares, onde cada membro influente tentava impor sua vontade sobre os detalhes da cerimônia, enfim o funeral seria realizado. Naquela manhã, a chuva caía em torrentes, como se o próprio céu vestisse luto, tingindo o mundo de um negro profundo que refletia a dor dilacerante dos que ficaram.A chuva não apenas acompanhava o pranto dos enlutados, mas também agia como um filtro cruel, afastando aqueles que só buscavam aumentar o número de presentes ou alimentar a próxima fofoca. Dizem que a morte desnuda as verdadeiras faces das pessoas, revelando segredos ocultos e, muitas vezes, desencadeando escândalos. Contudo, naquela manhã sombria, a tempestade impiedosa limitou a cerimônia a poucos, tornando-a um momento de recolhimento e silêncio forçado, onde a dor falava mais alto que qualquer murmúrio maldoso.O preto do luto parecia qu
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