O silêncio do castelo tinha outro som agora — o da respiração dele.Céline havia improvisado um abrigo no antigo salão de armas, acendendo as tochas que ainda restavam. O corpo de Auren jazia sobre o tapete rasgado, o peito subindo e descendo com esforço, a pele marcada por ferimentos que pareciam resistir até à própria cura.Ela passou um pano úmido sobre o rosto dele, tirando o sangue seco.— Está seguro agora... — sussurrou. — Você venceu, Auren.Mas, no fundo, não sabia se falava com ele ou com a fera que vira há pouco.A forma meio humana, meio animal, ainda estava lá — unhas longas demais, músculos tensos, olhos entreabertos que cintilavam num dourado febril.Por um instante, o corpo dele se mexeu. Céline recuou, o coração disparando.Auren gemeu baixo. O som não era completamente dele.— Celine...O nome veio rouco, arrastado, mas carregado de uma estranha ressonância.Ela se aproximou, ajoelhando-se ao lado.— Estou aqui. Você está salvo, Auren.Ele virou o rosto para o lado,
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