O sol filtrava-se pelas janelas altas do castelo, dourando os corredores de pedra. Três dias haviam se passado desde a noite em que Auren e Céline se renderam um ao outro — três dias em que o castelo parecia respirar em outro ritmo, mais leve, como se o caos recente tivesse, enfim, se afastado.
Céline caminhava em silêncio pelo corredor que levava ao escritório dele. O som de vozes e passos enchia o ar — soldados reorganizando turnos, trabalhadores cuidando das defesas, o burburinho de um lugar que voltava à rotina. Mas dentro dela, o ruído era outro: um pressentimento, uma inquietação que não sabia nomear.
Ela parou diante da porta, hesitou por um segundo, então entrou.
Auren estava de pé junto à grande janela, o olhar voltado para o horizonte. As mangas da camisa branca estavam arregaçadas, revelando os antebraços marcados — não de ferimentos, mas da força que ele carregava até nos gestos contidos. Havia algo diferente nele. Uma energia silenciosa, uma tensão que o deixava ainda mai