Daphne estava com os cotovelos apoiados na mesa, o rosto quase colado na tela do computador. Tentava ler, se concentrar, mas o sono era traiçoeiro, insistente, quase cruel. Ele não apenas chamava — ele gritava dentro dela.De vez em quando, as pálpebras simplesmente se fechavam. Lentamente, pesadas demais para continuar abertas. Ela piscava forte, passava as mãos nos olhos, tentando espantar a exaustão. Mas nada funcionava de verdade.Era entediante. Ela precisava admitir. As planilhas, os documentos, as anotações — tudo parecia girar, misturar-se numa névoa de números e letras sem sentido.Na sala ao lado, Omar estava sentado à própria mesa, imóvel. Mas não fazia nada. Só estava ali, presente. E ela sabia. Sabia que ele continuava no escritório só para ter certeza de que ela também estava.Omar, por sua vez, também não trabalhava. Passava o tempo pensando. Pensando demais.Ele se perguntava por que, diabos, se importava tanto. Por que estava remoendo aquilo, repetindo cada detalhe em
Ler mais