Eu estava uma pilha de nervos. Era o meu primeiro evento acompanhando o Sr. Omar. Bem… não exatamente só eu e ele — o sócio, Sr. Miguel, também iria. Descobrir que ele fazia parte disso tudo foi um choque. Acho que o destino está tentando me dizer alguma coisa… ou só quer me enlouquecer. E, sinceramente, ele é ótimo nisso. Sempre colocando obstáculos no meu caminho, situações delicadas que eu preciso contornar, como se fossem testes — como se ele quisesse ver até onde eu aguento.E, claro, Penélope também estaria lá. Eu ainda não entendi exatamente o que ela faz. É do marketing? De onde surgiu? Que tipo de cargo ela tem para estar presente num evento como esse? Seja lá o que for, ela é próxima demais do Sr. Omar — e até mesmo do Sr. Miguel. Já eu… sou apenas a assistente. Nem achei que iria, para ser honesta. Mas o Sr. Omar fez questão, e se ele fez questão, eu não podia decepcioná-lo.Por isso, caprichei. Escolhi um dos melhores vestidos que a Glória comprou para mim. Falando nela… o

Esse lugar é surreal. Eu nunca tinha estado em um ambiente assim, cheio de gente importante. Mas tudo tem sua primeira vez. Quando aceitei esse trabalho, sabia que enfrentaria situações como essa.Preciso confessar que estou um pouco desconfortável. Eu não sou do mesmo tipo dessas pessoas. Todos aqui têm status, dinheiro gordo no banco. E eu? Bem… sou uma pessoa desleal, fingindo trabalhar só para me casar com o meu chefe. Meu Deus, isso nunca vai ser aceitável.Assim que o evento terminou e Omar recebeu o prêmio, finalmente poderíamos ir embora. Segurei a barra do vestido, sentindo os pés doerem nos sapatos apertados.— Eu posso te levar?Ninguém tinha aparecido para me oferecer nada antes. Meu coração foi à boca com o convite inesperado. Tentei sorrir, mas saiu um sorriso amarelo, nervoso.— Ela não vai com você.A voz de Omar soou atrás de mim. Fria. Dura. Arrogante. Virei-me para encará-lo. Lá estava ele com aquela expressão gelada. Por algum motivo, achei que ele estivesse com ra

O tempo, na verdade, passou rápido. Achei que seria torturante. Não que eu detestasse completamente o que estava fazendo, mas o clima entre nós dois era diferente. E isso me incomodava, porque me deixava nervosa. Não de um jeito ruim, claro, mas estranho. Estar na casa de Omar, trabalhando como se nada tivesse acontecido, era desconcertante. Meu coração ficava na boca. Nunca me senti assim — nem mesmo quando encontrei o Príncipe e ele me levou para casa. Aquilo também foi uma sensação difícil de explicar, mas com o Omar é diferente. Tudo parece mais intenso, confuso, até assustador.Eu não queria me apegar a ele. Não queria me apaixonar. Mas sei que, aos poucos, coisas muito estranhas estavam acontecendo. E não havia como evitar. Eu nunca me apaixonei antes. Nunca quis alguém tanto quanto estou querendo agora. E isso é errado. Todo o plano terminaria no altar. Depois disso, eu seria descartada, levada embora, sem nem conseguir explicar para o Omar que eu nunca quis que fosse assim.Ma

Eu estava na casa dele. No quarto dele. Na cama dele. Isso não estava certo. O que aconteceu? Como cheguei a esse ponto?Um frio percorreu minha barriga, congelando meu corpo inteiro. Minha roupa estava intacta, mas minha mente era o lugar mais inseguro do mundo agora. Como consegui dormir aqui? Foi por vontade própria? Vim andando até este quarto? Eram perguntas demais. Mas havia uma que martelava mais alto que todas as outras: onde está Omar?Levantei-me num sobressalto, os olhos percorrendo o quarto em busca de alguma pista — mas não havia nada. Tentei arrumar o edredom vazio, os lençóis brancos, o travesseiro que ainda guardava o perfume dele. Confesso que fiquei ali parada, observando aquela cena como se pudesse encontrar alguma resposta, enquanto minha mente me pregava peças, imaginando como seria a rotina dele.E se ele estivesse em algum lugar desta casa? Eu teria que sair. Teria que encará-lo. A ideia me dava um frio na barriga. Não que ele fosse reclamar de algo — ele era me

Omar estava adorando a situação em que se encontrava. Normalmente, sua vida era reservada, tranquila, sem grandes surpresas. Mas bastou Daphne entrar em sua rotina para que tudo mudasse de forma irreversível.Agora, ele dirigia para casa enquanto ela dormia profundamente no banco do passageiro — como se isso já não fosse, por si só, surpreendente. Ela havia desmaiado de sono no sofá da sua sala, e ele mesmo a carregara até sua cama, onde ela ficou até amanhecer. Como um cavalheiro, fez questão de passar a noite no sofá.Foi sua mãe quem lhe ensinara a tratar bem os convidados — uma mulher que o marcara para sempre, mesmo tendo partido tão cedo. Desde a morte dela, ele jamais se sentira tão feliz quanto agora. E o mais complicado era admitir isso. Porque Daphne era sua assistente. Ele sabia que deveria manter distância, havia uma linha profissional clara, uma responsabilidade que não podia negligenciar.Mas nada estava acontecendo como ele planejara. Na verdade, ele jamais planejara na