Narrado por Leonid Raskolnikov A festa terminou sem grandes anúncios.Os criados recolheram os pratos como se fossem relíquias de um tempo suspenso.As velas arderam até quase o fim, deixando sombras longas pelas paredes, como ecos de fantasmas que dançaram conosco naquela noite.Quando o último convidado partiu, levei Zalea até o quarto — não o de hóspedes, não o antigo, mas aquele que ficava ao lado do meu.Agora, nosso.As janelas estavam entreabertas, e o vento da noite soprava como um sussurro de inverno, trazendo o perfume das lavandas ainda vivas no jardim.Ela caminhava devagar, com a mão sempre sobre o ventre, como se cada passo fosse uma oração muda ao que cresce dentro dela.Fechei a porta atrás de nós.E por um instante, apenas a respiração dela preenchia o espaço.— Está cansada? — perguntei, com voz baixa, quase reverente.— Estou viva. — ela respondeu, sentando-se sobre a beirada da cama, sem desviar o olhar.Fiquei ali, diante dela, sem saber se deveria tocá-la.Não
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