CALEB
Ainda estava com o sangue fervendo quando encontrei os homens na minha sala. O sol já tinha se inclinado para o fim da tarde, mas dentro de mim parecia que era meio-dia, de tão quente que estava minha cabeça. O grito de Amber ainda ecoava nos meus ouvidos, e a visão da vaca correndo atrás dela e de Savana não saía da minha mente.
— Eu quero saber como, diabos, uma vaca saiu do piquete sem que nenhum de vocês percebesse! — minha voz ecoou tão alta que eles se assustaram.
Hudson, o mais novo, tentou se justificar, a voz trêmula:
— Eu tava cuidando dos cochos, chefe… não vi quando ela escapou.
— Não viu? — repeti, quase cuspindo as palavras. — Quase tivemos uma criança machucada. Sabe o quão grave isso é? E você vem me dizer que não viu?
O silêncio caiu pesado. Eu caminhava de um lado ao outro, como uma fera enjaulada, encarando cada um deles.
— Aqui não tem espaço pra distração — continuei. — Cada porteira mal fechada, cada cerca frouxa, cada minuto de descuido pode custar a vida