Primeira Parte: 6

Quando o trem rumo ao centro da Zona Baixa deixou a estação e entrou no túnel subterrâneo, as luzes voltaram a se acender. Por sorte, Demitre havia conseguido um lugar para se sentar, perto da porta, o que geralmente não acontecia àquela hora da manhã, com o vagão apinhado. Estava atrasado para o trabalho e, mais do que isso, sentia-se exausto. Seu único consolo era o fato de que era sábado.

Jota-jota estava de pé. Preparava-se para saltar na próxima estação. Trabalhava num salão de beleza perto do apartamento que dividia com Demitre. Forçava-se a permanecer dentro de um vestido decotado, com maquiagem nas bochechas para lhe dar um ar corado.

— Trouxe seu almoço? — inquiriu ela, naquele seu tom que beirava o autoritário, mas também o maternal.

Demitre fez uma careta. Não era a primeira vez que o esquecia. Mas não se importava; quase não sentia fome enquanto trabalhava.

Jota-jota o censurou com os olhos, já vinha estando irritada por ele ter deixado a

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