Narrado por Alejandro Serrano
Eu a observava com atenção, sentindo a tensão no ar ganhar densidade. Era quase palpável, como eletricidade antes de uma tempestade. Lisa tinha esse efeito — chegava de mansinho e depois tomava tudo. Era imprevisível, feita de arestas afiadas e silêncios carregados de sentido. Uma força que me atraía como um abismo: belo e perigoso em igual medida.
— Você parece tão tranquila para alguém que está prestes a sair dessa balada com um estranho para um lugar desconhecido — comentei, a voz baixa, rouca, audível apenas para ela. Não era apenas provocação. Havia algo mais profundo ali — um reconhecimento silencioso. Lisa não pertencia a lugares seguros. E eu… nunca fui sinônimo de paz.
Ela me olhou com aquele meio sorriso que não chegava aos olhos. Olhos que escondiam demais. Histórias que talvez eu jamais escutasse. E mesmo assim… eu queria escutá-las. Todas.
— E você, Alejandro? Também se sente tranquilo? — devolveu, a voz cortante e suave, como se brincasse co