O sol ainda não havia nascido quando Helena acordou com o celular vibrando em cima da cômoda. Seus olhos mal conseguiam focar a tela, mas o nome do remetente cravava um desconforto já conhecido: Brandão.
> “Encontrei algo. Preciso falar com você. Urgente.” Ela sentou-se devagar, o corpo dolorido pela noite mal dormida e pela tensão que se acumulava havia semanas. Desde que começara a juntar os fragmentos da vida de Lucky, cada pista parecia puxar uma nova camada de sujeira, e por mais que quisesse negar o que via, tudo apontava para ele. Para o homem que agora ocupava seus pensamentos com o mesmo peso que ocupava seus medos. Vestiu-se rápido, sem maquiagem, sem tempo para ensaiar normalidade. Saiu do prédio sob o frio cortante da manhã e rumou em direção ao ponto de encontro que Brandão havia marcado: um café discreto no bairro Petrópolis, longe dos olhos da imprensa e da equipe de segurança de Lucky. Ele já estav