Capítulo 81 — Fogo de Retaliação

A cidade ainda respirava o efeito da operação: as manchetes silenciosas nas telas de celulares, o burburinho contido nas redes internas da polícia e, em um canto mais humilde do hospital, o sorriso cansado no rosto de Roberto. A sensação era de avanço — uma peça da engrenagem de Ricardo havia sido removida. Mas quando se mexe num formigueiro, a reação é imediata.

Helena não dormira. Passara a madrugada atualizando mapas, revendo imagens e ouvindo, pelo rádio, relatórios de cada equipe. O cansaço pesava, mas havia uma chama de esperança que fazia o corpo continuar em pé. Às sete da manhã foi visitar Roberto. Ele piscou ao vê-la, apertou sua mão com força e murmurou um “vai, pega ele” que soou mais como súplica do que como ordem.

Miguel, já na rua, coordenava as diligências. A caçada havia tomado forma e ritmo: agentes em pontos estratégicos, monitoramento no cais intensificado, e patrulhas em rotas que antes eram as linhas de fuga de Ricardo. Parecia se