Capítulo 109 — As Cinzas do Silêncio
O dia amanheceu pesado, cinzento, como se o próprio céu refletisse o caos que tomava conta do país.
Nas ruas, os jornais se esgotavam em minutos.
Nas televisões, os noticiários repetiam o mesmo nome: Helena Duarte.
— “Cientista denuncia projeto secreto do governo que manipulava DNA humano.”
— “Helena Duarte e Miguel Vasconcelos expõem conspiração que durou mais de uma década.”
Os títulos giravam como lâminas, misturando admiração e ameaça.
Helena observava a tela de sua televisão em silêncio, sentada à mesa da cozinha.
O café esfriava diante dela.
Miguel entrou, com o celular na mão.
— Os repórteres não param. Querem uma entrevista ao vivo, hoje à tarde.
— Não — respondeu ela, sem olhar para ele. — Já dissemos o suficiente.
Miguel suspirou. — O suficiente pra provocar o inferno.
Ele colocou o telefone na mesa e sentou-se diante dela. — Caio pode ter morrido, mas alguém financiava aquele laboratório. E esse alguém ainda está lá fora.
Helena levantou