— Papai? — minha voz saiu baixa, quase trêmula.
  Olhei para João. Ele encontrou meu olhar com um pedido silencioso de desculpas. Mas era tarde demais. A decepção estava estampada no meu rosto, e ele percebeu.
  — Papai, estava com saudade de você — disse Jana, com aquele brilho nos olhos que só uma criança feliz carrega.
  — Eu também, meu amor. Como você está? — João respondeu, tentando manter a naturalidade.
  — Estou bem, pai. Oi, vovô — ela disse, virando-se para Jonas.
  — Oi, meu amor. Estava com saudade de você — ele respondeu com ternura.
  Meu coração apertou quando vi Jana puxá-los para nossa mesa. Eu não sabia exatamente o que sentia. Talvez fosse dor. Talvez fosse só o peso da verdade.
  — E aí, João? Tô feliz que a Jana está feliz — disse meu pai, tentando quebrar o gelo.
  — Valeu, boa noite — João respondeu, seco.
  — Boa noite — completou Ana, com um sorriso contido.
  João olhou para mim, mas eu não consegui encarar. Virei o rosto, fingindo interesse em qualquer outra