Ela desviou para uma arara, tocando um tecido com suavidade, como quem busca outro foco. Mas o brilho nos olhos se recolheu, não por insegurança, mas por algo que ela não soube nomear: talvez ciúme, talvez a sensação de não ser a única lembrança costurada ali.
Glauco a observou em silêncio. Percebeu o desconforto sutil. Foi a maneira como ela passou os dedos pelo tecido, ou como evitou olhar diretamente para ele.
Naquele momento, algo despertou dentro dele. O pensamento de que Amália estava ali apenas pelo acordo pareceu distante. Ela sentia e ele via isso.
Era frágil, talvez inesperado, mas verdadeiro.
— Vamos experimentar as peças? Disse Glauco, tentando "quebrar o gelo" — Se não gostar, pode trocar. Sinta-se à vontade. Disse ele gentil.
— Não há necessidade. Respondeu Amália, sem olhar para Glauco, seguindo a funcionária que havia retirado o vestido do manequim para que ela experimentasse.
Ela se vestiu sozinha, recusando com gentileza a ajuda oferecida. Foi educada, suave. Mas hav