Amália e Glauco se aproximaram da escola, de mãos dadas, o sol baixo iluminando as fachadas antigas. As paredes de pedra e janelas altas davam à construção um ar solene, quase intocado pelo tempo.
Quando chegaram à portaria, um senhor de cabelos quase todos brancos, uniforme gasto, levantou os olhos. Ouvia atento notícias em um pequeno rádio sobre uma bancada antiga. Ele parou por um instante, a expressão congelada.
Desligou o rádio, surpreso, e olhou para Amália como se visse um fantasma.
Amália sentiu o olhar sobre si e desviou o rosto, apertando levemente a mão de Glauco, que percebeu, atento, o assombro disfarçado do porteiro.
— Boa tarde. Disse Glauco, firme, mas educado, trazendo o homem de volta à realidade.
— Boa tarde.
— Gostaríamos de visitar a escola, seria possível? Perguntou Glauco.
— Sim… sim… mas hoje não há aula.
— Tudo bem. Respondeu Glauco.
Amália olhou para o senhor, agradeceu e sorriu, assentindo com a cabeça. O olhar dele sobre ela a deixou um pouco desconcert