Ele olhou para ela juntando as sobrancelhas, irritado.
— Ela vinha te intimidando e você não disse nada?
— Ia reclamar para quem? De quê? Como disse... sou...
— Já sei, “apenas uma criada”. Pare de repetir isso. Disse, incomodado.
— Estou só repetindo o que o senhor disse. Provocou.
Glauco apertou o volante.
— Sabe o que tenho vontade de fazer com você? Perguntou entre os dentes.
— Me deixar aqui? Disse Amália, divertida.
Glauco olhou o sorriso que ela escondia e odiou o quanto aquilo o afetava.
— Nem nos seus melhores sonhos. Murmurou, desviando o olhar. Estava furioso consigo por não conseguir ficar bravo com ela.
O caminho até o centro de Sorrento foi longo e silencioso.
Quando estacionaram, Amália desceu e encarou a fachada da loja. Fazia muito tempo desde a última vez que estivera em um centro, vivia se escondendo. As lembranças do dia em que foi levada... e dos tormentos que vieram depois... a deixaram imóvel.
Glauco entrou sem notar que ela ficara. Quando se virou, viu-a parada