Alice
O dia parecia ter sido moldado especialmente para nós. O sol aquecia suavemente os ombros, o céu limpo refletia um azul sereno, e as flores do jardim dançavam ao sabor da brisa leve, exalando um perfume doce que preenchia o ar. Estávamos no coração do vasto jardim florido da mansão, cercados por tons vivos de lavanda, tulipas e rosas em pleno esplendor.
Giovanni e eu observávamos Maria, que corria entre os canteiros, recolhendo pétalas com as mãozinhas ágeis, rindo com uma alegria contagiante. Seu riso era música. Uma melodia pura que parecia curar cada parte ferida do nosso passado. Giovanni a acompanhava com o olhar - olhos cheios de admiração, como se visse a própria vida tomar forma ali, entre as flores.
Eu podia sentir a felicidade irradiando dele. Era visível. Uma paz rara repousava em seu semblante, como se por um instante o mundo todo tivesse silenciado só para nos permitir existir ali. Mas dentro de mim, uma sombra ainda se agitava. A conversa da noite anterior, sobre m