Giovanni
O relógio do carro marcava 22h11 quando finalmente desliguei o motor. Estacionei de lado, perto do jardim dos fundos, longe da vista da frente da mansão. Por instinto. Por hábito. E porque hoje foi o tipo de dia que te ensina a não confiar nem na própria sombra.
As reuniões com as outras famílias foram longas, tensas, e cheias de sorrisos falsos. O tipo de encontro onde todo mundo te oferece vinho com uma mão e esconde a adaga na outra. Mafioso que se veste bem demais, fala bonito demais, e escorrega ameaças em frases que soam como bênçãos. Um inferno disfarçado de diplomacia.
Desci do carro com os ombros pesados. O terno já não parecia elegante, só desconfortável. A arma no coldre lateral p