Ponto de Vista de Mara
O som dos golpes ecoava pelo campo de treinamento como batidas de um coração em descompasso.
O meu.
Apolo girava diante de mim com precisão impecável, o corpo grande e forte se movendo com a leveza de um predador experiente. Arthur vinha pelo flanco, atento, silencioso, os olhos analisando cada detalhe do meu movimento. Eles não estavam apenas me treinando — estavam me observando. Sentindo. Tentando me ler.
E isso era exatamente o que eu estava tentando evitar.
— Concentre-se, Mara — Apolo disse, firme, enquanto desviava de um golpe meu que saiu lento demais.
Assenti, respirando fundo, ajustando a postura. Meu corpo obedecia, mas minha mente… minha mente estava muito longe dali.
Muito longe daquele campo, daquela alcateia, daquela vida.
Porque, a cada golpe, a cada respiração, memórias que não eram apenas minhas surgiam como relâmpagos. Campos prateados sob luas que já não existiam. Batalhas travadas quando o mundo ainda aprendia a girar. Criaturas nascendo do