Apolo
Percebo o momento exato em que a humana desperta. Seus olhos se abrem devagar, e o coração dispara tão forte que quase posso ouvir sua batida frenética. O medo exala de cada fibra de seu corpo. Finjo estar dormindo, apenas observando por debaixo dos cílios, curioso para descobrir o que ela pretende fazer.
Confiança não é algo que eu ofereço facilmente, nem mesmo àquela que o destino marcou como minha companheira.
Ela se levanta da cama devagar, como se temesse me acordar. Seus movimentos são cautelosos, silenciosos, mas percebo o desconforto em seu corpo quando apoia o pé no chão. Um gemido baixo escapa de seus lábios — dor. Talvez eu tenha sido intenso demais com ela.
A mulher se arrasta até ganhar forças, depois corre em disparada para o banheiro. Um sorriso escapa de mim ao observar sua fuga e a visão de sua bela silhueta desaparecendo pela porta.
“Ela é maravilhosa, não acha?”, a voz do meu irmão Arthur ecoa em minha mente. Também está desperto, admirando a mesma cena.
Revir