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O salão estava silencioso depois do impacto das palavras de Amara. Ela se sentia exposta, mas ao mesmo tempo aliviada por ter, finalmente, dito sua verdade diante de todos. Os gêmeos estavam em choque, Apolo com os punhos cerrados de raiva e Arthur com os olhos carregados de dor.
Foi então que Benjamin, o príncipe mais velho, inclinou-se na cadeira e falou em um português claro e sem sotaque.
— Amara, você sabe que já morreu no Brasil.
O sangue gelou em suas veias. O coração bateu descompassado e ela engoliu em seco, sem acreditar no que ouvira.
— Como… como é que é? — balbuciou, a voz fraca.
Bernardo completou, um sorriso frio nos lábios.
— Oficialmente, você não existe mais. O sequestro, a viagem, a venda… foi tudo encoberto. Para a sua família, você está morta.
As pernas de Amara tremeram. Se não estivesse sentada, teria desabado. A imagem da avó, a lembrança da vida simples que levara no Brasil, tudo aquilo pareceu desmoronar de uma vez. Lágrimas arderam em seus olhos, mas ela