Ponto de Vista: Sebastian / O Demônio
A escuridão me acolhe como se eu tivesse nascido dela. Há dias que não reconheço o próprio som da minha respiração. Ela está sempre misturada com outra — mais profunda, mais grave, mais antiga. Uma respiração que raspa por dentro da minha pele como se estivesse cavando caminho para sair.
Eu, Sebastian, já não existo sozinho.
E agora, enquanto caminho pelo vale morto onde meu “exército” cresce e se contorce no chão, percebo que talvez eu já não exista mais.
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O vento dessa região é gelado, mas não o bastante para apagar o calor infernal que pulsa sob minha pele. Sinto como se brasas andassem pelos meus braços, queimando minhas veias, marcado cada movimento meu com dor. A cada passo, uma sombra me acompanha, torcendo-se como fumaça viva.
É ele.
A criatura que respondeu ao meu chamado quando morri.
A coisa que me trouxe de volta.
— Sebastian, — sussurra a voz dentro de mim, ecoando em todas as direções. — Eles reagiram ao nosso teste… a pequena deu