80. Vozes do Véu
A tarde caiu com um silêncio estranho, como se o próprio mundo prendesse a respiração.
Noctis e eu esperamos que todos saíssem e escolhemos um dos cômodos mais isolados da casa para o ritual. Fechamos as janelas com tecidos grossos, apagamos todas as velas e criamos um círculo de sal e pó lunar no chão, seguindo as instruções do pergaminho. O colar em meu peito pulsando em uma cadência lenta, mas constante — como um coração antigo despertando.
— Está pronta? — perguntou Noctis, sua voz baixa, firme. Ele estava ajoelhado fora do círculo, preparado para agir caso algo saísse do controle.
Assenti.
— Fique atento. Se eu desmaiar, me traga de volta. Se eu começar a falar coisas estranhas… continue me chamando. A âncora precisa ser você, sua voz.
Ele apenas inclinou a cabeça em concordância, seus olhos intensos presos a